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Alex Vieira http://www.myspace.com/alexvieiramusic

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Show Peter Frampton (HSBC Arena, Rio de Janeiro, 11/09/10)


O postagem de hoje sobre o show do Peter Frampton é muito especial para mim, pois foi este artista que despertou meu interesse para a música quando eu tinha 11 anos. Contarei uma breve história para entenderem melhor e verem o quanto “o acaso” é importante para a vida da gente em alguns momentos.


No meu aniversário de 11 anos eu pedi de presente aos meus pais uma BMX (bicicleta de cross), muito em evidência na época para os garotos que adoravam se arrebentar correndo de bicicleta pelas ruas e montanhas de terra em Piratininga - Niterói. No que meu pai me disse o seguinte: “Não te darei a bicicleta de cross, pois você vive danificando a sua nas trilhas que faz, vou te dar um presente mais maduro!”


Então no dia do meu aniversário meus pais me presentearam com uma caixa grande de papelão, quando vi a caixa por um momento quando vi a caixa até pensei que fosse a BMX desmontada, mas quando abri o presente, eis que vi um aparelho de som Gradiente Modelo 3 em 1 (tocador de vinil, rádio e fita cassete), fiquei muito surpreso pelo presente, pois até o momento o máximo de proximidade que tinha tido com música foi batucando os instrumentos de escola de samba que minhas primas tocavam.


Desde então passei a escutar rádio no meu quarto e me interessar pelos primeiros programas de vídeo clips da TV (alguém se lembra do programa Vídeo Clip da TV Manchete?), daí eu ligava meu “3 em 1” por dois cabos RCAs na TV e gravava o áudio do que passava na TV dos vídeos que eu gostava. E na época assisti ao vídeo clip da música “Breaking All The Rules” (com imagens de shows) de um guitarrista de rock chamado Peter Frampton e adorei. Daí comprei um disco de vinil das músicas das propagandas de cigarro da Hollywood (que tinha bandas como: Survive, Journey, Ásia, Kansas e claro Peter Frampton) e nunca mais parei...discos, CDs, DVDs, bateria, shows, turnês, bandas, cantore(a)s, TV, Rádios, etc. Provavelmente se tivesse ganhado a BMX, jamais teria me interessado tanto assim por música....bem, jamais saberei!

Quando soube que o Frampton vinha tocar no Brasil este ano, não pensei duas vezes e comprei camarotes para assistir ao show que esperei 27 anos para assistir.

O show foi no HSBC Arena, no Rio de Janeiro no dia 11 de setembro de 2010, local bom para shows, bom espaço, bom palco, bom estacionamento, mas a produção local (promoters, garçons, restaurantes), inclusive o serviço para os camarotes, são precários, ninguém se entende, ficam falando no rádio uns com os outros “dando cabeçadas” e proporcionando um serviço de extrema má qualidade.

Sobre o show, foi bárbaro, a postura de Frampton no palco foge dos shows “pacotes prontos para consumo” das bandas de hoje em dia, me senti nos anos 70, onde as bandas e artistas tocavam pela música e não somente pelo produto “música de trabalho”. Visto que Peter tocou sucessos (que não são poucos), tocou músicas instrumentais (3 seguidas do CD "Fingerprints" (2006)), fez introduções estendidas das músicas, tocou músicas de seu último CD, desconhecidas do público mais leigo e sempre com solos de guitarra enormes, ou seja, um show para guitarristas e amantes da boa música, da música bem tocada, da música pela música, não sendo primordial que as músicas sejam Hits! Tomara que essa moda pegue, pois não agüento mais “shows empacotados para venda”.


O que me chamou muita atenção foi o ver o “prazer” explícito no rosto do Peter Frampton no palco. Isso sempre me interessou ao perceber a qualidade de suas músicas e a energia sincera das suas interpretações.


Muito bacana ver de perto ele executando sua marca registrada o talk-box (um tubo ligado ao pedal de guitarra) que faz sua guitarra distorcer sua voz aliada ao som de guitarra.


O show começou com a música “From Day Creep”, de sua antiga banda o Humble Pie. Impressionante como a voz do Peter Frampton não mudou nada dos anos 70 até os dias atuais, e na guitarra sua técnica continua o colocando no hall dos guitarristas tops do mundo, não é a toa que Steve Morse e Steve Vai confessam ter Frampton como grande inspiração para os dois.


A banda [Rob Arthur, teclados, guitarra, vocais; Regan, baixo (este da época do “Frampton Comes Alive”); Adam Lester, guitarras e Dan Wojciechowski, bateria] está entrosadíssima com as canções e coesa na execução das músicas, e Peter dá espaço no show para cada um da banda mostrar seu talento.

Mas como tudo não poderia ser totalmente perfeito, tinha uns imbecis gritando o tempo todo: “toca BREAK THE RRULES”, e no BIS, Frampton como bom/educado inglês, rendeu-se ao gritos imbecis e tocou “Breaking All The Rules”, embora tenha sido nítido a má vontade de executar esta música no show, tanto que ao final desta, saiu do palco mal se despedindo e deixando de tocar “Wilde my Guitar Gently Weeps”, música que tocou no BIS de todos os outros shows que fez no Brasil, menos no Rio de Janeiro.


Obs: imbecis como este cara que ficou gritando “toca BREAK THE RRULES”, ao invés de irem para show ficar berrando, deveriam ficar em casa escutando seus CDs com “BREAK THE RRULES” da vida. Afinal, o Lobão que está certo, pois quando fui ao último show dele no Circo Voador lançando seu disco novo, tinha um imbecil destes gritando “toca Vida Bandida”, daí que chegou uma hora que o Lobão não agüentou mais e disse: “Olha rapaz deixa de viver no passado, se que mesmo ouvir estas músicas, coloca o disquinho na vitrolinha e sai dançando, mas não vem no show encher o saco do artista que quer divulgar seu trabalho novo!” Adorei esta colocação do Lobão! Até quando irá existir o grupo de imbecis que sempre berram: “Toca Raul!!!!!!!” ???????????

Set List :

- Four Day Creep
- It’s a Plain Shame
- Show me the Way
- Lines on my Face
- Restraint
- Float
- Boot it up
- Double Nickels
- I Wanna Go to the Sun
- Off The Hook
- All I wanna be
- Vaudeville Nanna and the Banjolele
- Black Hole Sun (do álbum “Fingerprints”)
- Nassau / Baby, I love your way
- (I’ll give you) Money
- Do You Feel Like We Do

Bis:
- Breaking All the Rules

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Na estrada pelos EUA


Como prometi, aqui estou eu postando de novo, tentando atualizar os diversos eventos que fui ultimamente, afinal o próximo mês promete com os shows que estão por vir (Bon Jovi, Dave Mattews Band, Rush, Jeff Beck...).


Nessas férias fomos para os EUA (São Francisco na Califórnia e Las Vegas em Nevada), costa oeste dos Estados Unidos. Distância que nos renderam 15 horas de vôo, que ao todo foram 24h do Rio de Janeiro a São Francisco. Conselho: Viagem de primeira classe/executiva, vale à pena!


Antes de começar gostaria de deixar um GRANDE conselho para quem gosta de shows: Planejem bem sua viagem antecipadamente em relação a datas de shows nas cidades que visitará, pois fizemos São Francisco e depois Las Vegas, e por ter feito a viagem nesta ordem, simplesmente se tivéssemos invertido a ordem, não teríamos perdido os shows: ZZ TOP, Billy Idol, Led Zepagain, Dave Mattews Band e John Mayer.....viram o drama né?!


Bem, vamos então para a resenha da aventura americana....”Are you ready?”


Chegamos a São Francisco sem show/evento algum agendado previamente, mas nossa primeira experiência na cidade foi entrar na Macy´s para a esposa enlouquecer, quando resolvemos parar para tomar um café numa cafeteria no andar mais alto da Macy´s, quando entramos a música ambiente que estava rolando era nada mais que TOWER OF POWER, e em seguida o bom e velho Jazz tradicional, muito bom isso! Ou seja longe dos pagodes, funks, axés e músicas pasteurizadas que tocam nas rádios brasileiras. E isso se repetiu diariamente nos locais de cafés da manhã e jantares em São Francisco.


Gostaria de indicar e destacar dois lugares em S.F. imperdíveis:


Em nossa segunda noite em São Francisco jantamos no Les Joulins Jazz Bistro, San Francisco assistimos a um autêntico show de jazz Californiano. Boa comida, vinho californiano ótimo e com um preço justo, e o mais divertido: não tem couvert, o saxofonista que de hora em hora passa literalmente o chapéu pelas mesas, contribui quem quer e quanto quer.


Outro local maravilhoso e perdição para quem curte comprar CD e DVD é o Rasputin Music, é um prédio de 5 andares exclusivamente vendendo CD, DVD e Blue Ray, é simplesmente uma loucura, encontra-se de tudo. Cada andar é de um estilo/especificação e tem elevador para todos os andares: Primeiro andar (térreo) – lançamentos e boxs, Segundo andar – Camisetas, bonés, cintos, etc. de bandas e artistas, Terceiro andar – Filmes e seriados, Quarto andar – Country, Rock e Heavy Metal, Quinto andar – Jazz, Blues e Soul Music. Destaque para o rapaz que conduz o elevador escutando som pelo seu celular com o áudio numas caixinhas falantes nas alturas.


obs: Não deixem de andar de bicicleta e cruzar pedalando pela Golden Gate indo até Salsalito.


Depois de 4 dias “Californiando” voamos para Las Vegas (Sin City – o apelido lhe cai muito bem!). Las Vegas é uma cidade no meio do nada, deserto por toda a parte. Quando se está chegando de avião, de cima vê-se deserto e montanhas avermelhadas/alaranjadas com temperaturas de 45ºC o dia todo, e no meio disso tudo aparece do nada um “oásis”: Las Vegas! A cidade não dorme nunca (único lugar nos EUA que se pode beber em qualquer lugar bebidas alcoólicas), cassinos, hotéis, shoppings, atrações grandiosas, por sinal, tudo em Las Vegas é grandioso/exagerado, hotéis temáticos, vulcão artificial, réplicas da Torre Eiffel, Estátua da Liberdade, Empire States, Canal de Veneza, Arco do Triunfo. Um hotel em forma de pirâmide negra com 5 mil quartos, outro em forma de castelo medieval e por aí vai.


Vamos aos shows/espetáculos:


Fomos primeiro ao show do ilusionista Criss Angel, em seu novo show do Cirque du Soleil, intitulado "Believe", apresentado no Luxor Hotel, em Las Vegas. Tendo assinado um contrato de 10 anos, o show é um dos poucos do Cirque de Soleil que são fixos, ou seja, infelizmente, "Believe" não fará turnês. Criss é um mágico/ilusionista, ator e músico, é sem sombra de dúvidas o mágico que mais domina a Internet, sendo que seus vídeos de apresentações no Youtube são 10 vezes mais vistos que os de David Copperfield e 5 vezes mais vistos que os de David Blaine. O espetáculo foi incrível, imperdível!


Nosso segundo espetáculo foi o “O” espetáculo do Cirque du Soleil. Ele é apresentado no Hotel Bellagio. É o primeiro espetáculo aquático do Cirque, e apresenta encenações subaquáticas, tais como nado sincronizado, bem como outras performances no picadeiro. O nome “O” é falado do mesmo jeito que a palavra francesa eau, que significa água. Destaque também para a banda ao vivo que faz a trilha para o espetáculo, é impressionante a sincronização, dinâmica e qualidade sonora, literalmente parece que você está ouvindo um CD.


Nosso terceiro e último espetáculo foi o show do Ilusionista David Copperfield , para este show nós compramos os tíquetes na última hora, mas valeu e muito, afinal acabei participando da última mágica da noite, fazendo parte de um grupo de 8 pessoas que ele nos fez desaparecer na frente de toda platéia e o mias bacana foi conhecer os bastidores e ter tido a oportunidade de conversar uns minutos com o próprio David. O show dele também é impressionante, mas vai na linha mais tradicional, enquanto o Criss Angel é inovador e moderno a todo momento. Mas é uma grande pedida para quem curte ilusionismos, afinal ele fez aparecer um carro no palco do nada e meteu o corpo numa hélice rodando a mil por hora, virou fumaça e apareceu no meio da platéia.


Viram, como disse anteriormente, não conseguimos assistir a nenhum show de rock nos EUA, por isso digo comprem seus ingressos com antecedência (muitos espetáculos nos EUA os ingressos esgotam meses antes da data do show), o máximo que conseguimos foi assistir 5 minutos de uma banda que estava tocando no House of Blues dentro do Hotel Mandalay Bay.


O post de hoje é dedicado a minha mãe que tanto amo, por ser a mulher incrível que é e pelo aniversário dela hoje. Parabéns Mami, felicidades e saúde! Beijos

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

2º parte - Festival de Blues e Jazz de Rio das Ostras

Boa tarde a todos,

Desculpem a falta de atualização. Vamos pela ordem....voltemos a Junho/2010 no Festival de Blues e Jazz de Rio das Ostras, 2010 pois faltou eu falar das demais apresentações que assisti, excetuando o show do The Michael Landau Group que já fiz uma resenha aqui.

Não consegui assistir a todos os shows do festival, mas assisti aos que mais deseja ver, vamos então aos comentários, abaixo indico o dia e shows que assisti:

  • Dia 3 de junho Quinta
  • PALCO IRIRY 14h15
André Christovam – Primeiro show que assisti do festival. Um bom show para um artista de blues nacional. André é um ótimo guitarrista e com uma desenvoltura para tocar e cantar muito boa. A banda, achei somente razoável, bons músicos, mas não achei que tinham intimidade com o Blues, exceto o segundo guitarrista, que com sua Les Paul manteve-se adequado ao estilo com boas bases e bons solos.

  • PALCO COSTAZUL 20h
Raul de Souza – Ótimo show, banda impecável e um show com personalidade ao ser ministrado pelo “monstro” que é o Raul com seu som de trombone ímpar e de muito bom gosto nos solos e nas composições, com arranjos muito bem feitos. O show deixa bem claro a força que tem a música brasileira instrumental, quando bem feita, no mundo todo, por isso que o Raul de Souza faz muito mais show no exterior do que no Brasil. A banda era fenomenal, destaque para o baterista ENDRIGO BETTEGA, bom swing, precisão, sua “condução” no prato é impecável, sabe conduzir o samba rápido como poucos e uma coisa que me agradou muito foi ver sua maneira moderna de tocar samba, com arranjos de bateria muito bem concebidos, aplicando bumbo duplo quando era devido e concepção de pratos no arranjo muito bem feito.

  • Dia 4 de junho Sexta
  • PALCO COSTAZUL 20h
Joey Calderazzo Quartet – Foi o melhor show de jazz que assiti nos últimos anos, com a linguagem do jazz muito bem executada e respeitada, sem desviar muito do tema do gênero. Grande pianista, com uma técnica muito boa, mas percebi que a “música” é o mais importante no seu trabalho, sempre primando para a melodia em detrimento do exibicionismo da virtuose (que não lhe falta). Trouxe com ele uma banda de músicos de jazz competentes ao estilo e a performance de cada um.

Michael “Patches” Stewart – Grande trompetista, já tocou com o maravilhoso baixista Marcos Miller. Mas sinceramente, foi o show que menos gostei no festival, todas as músicas foram no esquema: “Toca-se o tema uma vez, depois milhões de compassos de solo de cada músico da banda, tema mais uma vez dobrado e finaliza a música”, isso tudo com a música tocada num tom só! Chato, muito chato! Destaque para o excelente baterista Poggie Bell.

Rio Jazz Big Band & Taryn – Show perfeitíssimo, Taryn e a Rio Jazz Orchestra do seu pai fizeram um tributo aos clássicos do Blues com arranjos de Big Band. Ficou incrível o show, com uma banda hiper competente (Claudio Infante – Bateria, Ricardo Marins – Guitarra, André Neiva – Baixo, Wagner Azeredo – Teclado, AC – Sax e arranjos) e a orchestra. Parabéns!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • Dia 5 de junho Sábado
  • PALCO COSTAZUL 20h

Victor Bailey Band – Um dos melhores baixistas mundiais. Adoro o trabalho dele, mas nesse show parece que verteu para um groove contínuo nas músicas, que a meu ver tirar da linha de frente o seu baixo muito bem executado. Um show razoável para um baixista que prometia muito mais.

Rod Piazza & The Mighty Flyers – Divertidíssimo o show desse gaitista num estilo West Coast Blues (O estilo West Coast se baseia no drive do walking bass e nos upbeats jazzísticos da bateria, sobre os quais Rod desfila seus solos de gaita, proporcionando espetáculos recheados de energia e interação com a platéia.), dançante, não deixa ninguém parado. Destaque para sua esposa , a loura Honey Alexander, pianista, dona de uma performance invejável de palco, além de Henry Carvajal na guitarra e Dave Kida na bateria. Muito bacana de se ver no palco esse time.

T.M. Stevens Project c/ Cindy Blackman, Delmar Brown e Blackbyrd Mc Knight – o som deste baixista (que parece uma mistura de Tim Maia [com suas falas o tempo todo no meio da música] e Prince [com seu visual andrógeno/rasta]), a melhor definição do som seria um heavy metal com funk, misturando percussão meio afro e raizes do reggae com o funk e melodias fortes.

Sobre a banda reuniu um casting de “all star” da qual fazem parte a baterista Cindy Blackman (integrante da banda de Lenny Kravitz), Delmar Brown, (teclados) ex-integrante das bandas de Sting e da Orquestra de Gil Evans; e o lendário guitarrista Blackbyrd McKnight, que fez parte do Parliament/Funkadelic de George Clinton, tendo também trabalhado com Bootsy Collins, Miles Davis e Herbie Hancock & The Head Hunters, entre outros.

Parabéns aos organizadores e a Prefeitura belo belo evento, a cada ano o nível dos shows melhora cada vez mais.