No sábado passado fomos ao Monange Dream Fashion Tour – na Fundição Progresso na Lapa, o propósito do evento é muito nobre e bacana, é um MIX de moda, modelos lindas (nem todas) desfilando, show de rock ao vivo com o Jota Quest e tudo isso gerando doações para entidades beneficentes. Isso tudo recheado de “celebridades” (adoro e odeio este termo que faz simples mortais parecerem imortais/Deuses) Ou seja, tudo para dar certo, e acho até que deu!
A roubada mesmo foi o “como” fomos e conseqüentemente ”onde/setor” ficamos “alojados” para assistir.
Inicialmente o evento venderia 1000 ingressos (pois os outros 4000 eram para convidados “ilustres” (também adoro e odeio este termo...rs), mas depois de 3 semanas sem informação de onde se podia comprar os ingressos e faltando uma semana para o evento (essas produções de eventos brasileiras são ótimas, não???), assistimos na TV o Rogério Flausino (vocalista do Jota Quest) avisando que seriam sorteados pela internet os 1000 ingressos para os mortais assistirem ao evento, mas para isso, seria preciso cadastrar-se no site e escrever uma frase que “enaltecesse” o Rio de Janeiro. Assim, a esposa – terapia coletiva – fez as honras de cadastrar-se e criar a tão enaltecida frase – e não é que a frase da esposa foi sorteada?! Aí começou a saga:
- Passar na Lapa entre 10 da manhã e 18h para pegar o ingresso;
- Estacionar o mais perto possível do evento (tarefa difícil sábado a noite na Lapa – Rio de Janeiro);
- Procurar o portão de entrada dos “mortais” no evento, afinal não tinha nenhuma identificação nem pessoas orientando, só vi seguranças truculentos de terno e de cara fechada;
- Entramos no evento (ufa, depois de adentrarmos numa das entradas dos Deuses e sermos obrigados a retornar);
- Agora restava encontrar nosso “setor dos mortais” para assistirmos o evento, erramos mais uma vez por falta de sinalização;
- Entramos no setor dos mortais, momento este que passamos a nos sentir num “galinheiro” empilhados nos poleiros em PÉ (isso mesmo que você leu “em PÉ”!!!!!), a sensação foi esta, pois estava tão lotado que todos ficavam se esbarrando e desviando a cabeça para esquerda e direita (pareciam até vários Stevie Wonders juntos dando cabeçadas) para procurar um vão entre as cabeças para ver o palco, mas OK, já estávamos ali e foi 0800 e o acordo era: vamos esperar começar, ver um pouco do evento e depois “PICAMOS A MULA!”.....e assim foi feito.
Sobre o desfile:
A Xuxa abriu o evento, muito bonita e com um vestido à altura, a mulher sabe mesmo abrir um evento destes. Modelos muito bonitas e com pouca roupa desfilando ao som ao vivo da banda Jota Quest, e numa empolgação por estarem ali desfilando que nunca vi.
Sobre o show:
O Jota Quest mais uma vez entretido num tipo de evento inovador como este, realmente os caras sabem conduzir e animar eventos assim. A todo o momento o Rogério Flausino e o Marco Túlio interagiam com as modelos desfilando/dançando e elas correspondendo sempre muito animadas.
O Jota apresentou o show da turnê do CD “La Plata” (este foi o segundo show desta turnê que assistimos), na realidade com poucas músicas deste disco e recheados de sucessos antigos. Um bom show, mas prefiro a época que faziam o show mais “Black/pop/music” com naipe de metais no palco, dando uma vida extra à apresentação.
Como sempre uma banda rock/pop nacional competente:
- Músicos muito bons para o som proposto;
- Banda com som moderno, sempre com muito cuidado com as timbragens, efeitos (sonoros e visuais) com uma parafernália moderna de equipamentos de primeira;
- Vocalista com uma empatia ímpar e “total controle” do público;
- Show recheado de hits, até sou partidário que eles deveriam arriscar mais ao vivo com músicas muito boas que há muito tempo não tocam, ex: a música “Oxigênio”;
- E sendo justo, bato palma para o Rogério Flausino no quesito mandar o F. para a indústria do “o que importa é ficar bem na foto”, pois ele confessou ao microfone que estavam falando no in-near (fone de ouvido usado pelos músicos para escutarem o som da banda e também usado para alguém falar com eles) dele, para ele trocar a camisa “pois estava suada”, e ele respondeu no microfone: “Claro que está suada, aqui está calor para C.!!!!” Ou seja, que mundinho de Merda, o mais importante é o músico estar bonitinho para a foto e filmagem em detrimento da música e o “calor” da performance da banda?! Afinal é um show de rock! Como era bom os anos 70 e suas bandas verdadeiras.
Mesmo com todos esses tropeços, indico este evento pela proposta do evento e pela originalidade, vale a pena. Só aconselho a conseguirem uma pulseirinha dos “Deuses Imortais”.
Obs: quase esqueci, foi maldade colocarem o Ronaldinho (jogador do Corinthians) para subir no palco em pleno Rio de Janeiro às vésperas do jogo do Corinthians e Flamengo. Resumo da ópera: VAIA em cima de VAIA, acompanhada de berros de MENGO, MENGO, MENGO!!!!!