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Alex Vieira http://www.myspace.com/alexvieiramusic

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Vanilla Sky


Não sou muito de me “apegar” a filmes e querer revê-los com o passar dos tempos, mas um filme que me marcou muito, foi “Vanilla Sky” (com Tom Cruise e Penélope Cruz). O filme trata-se de um drama sobre um playboy que vai vivendo a vida em festas e sem levar nada muito a sério (isso num primeiro momento e se fosse levar em conta uma visão bem superficial sobre o filme). Mas analisando melhor, o filme sugere diversos prismas e visões que podemos encarar nossa vida ( a exemplo da cena que trocam “caricaturas” um do outro, mesmo com um “acordo”), como desenhamos o outro em nossa mente pode surpreender o outro e muitas vezes a nós mesmos.

A relação em cada um de nós sobre os alicerces da vida: Sexo, Família, Social, Espiritual e Material são os pontos principais do filme. Com abordagens sobre como nossa percepção da realidade em que queremos viver, como tomamos nossas escolhas nessa realidade e de qual e o quanto temos controle sobre nossas vidas.

Existem escolhas que nos levam à uma realidade inexistente, mas que muito conveniente vivê-la naquele momento/época. Isso pode levar a dois caminhos, viver nesse lado “negro da fora” ou aceitar/adaptar/encarar de outra maneira a verdadeira. Nada errado (ao meu ver) passar por essas realidades, mas por experiência só a verdadeira (ou a que fazemos ser verdadeira) nos levará adiante e á evolução como seres humanos. Usar uma máscara para escondermos nós de nós mesmos, e talvez dos outros. Um dia aquela pesará e a tiraremos, mas cuidado, pode ser tarde demais para sabermos o que fazer sem ela.

Um ponto importante e delicioso do filme é quando em um olhar reconhecemos um amor – não necessariamente aquele jargão: O AMOR DA NOSSA VIDA. Mas sim um amor, que nos faz esquecer do mundo em nossa volta, um amor que ficamos prestando atenção nos mínimos detalhes do contorno dos olhos, nos cílios, como o cabelo lhe cai no rosto e ombros, como gesticula com as mãos ao falar e mais importante, como o olhar deste amor pode nos dizer coisas que os lábios jamais falariam, ou mesmo, jamais conseguiriam expressar em qualquer língua que fosse o mesmo que a língua universal dos olhos conseguem, pois até hoje penso que não existe palavras ou idioma que seja capaz de decifrar e ser tão fiel à capacidade de expressão de um olhar.

A perda, a sensação de impotência sobre uma situação que não se possui o mínimo controle ou mesmo influência desta. A dor no peito, a incapacidade de entendimento, não se pode voltar atrás! Mas se pode compreender e evoluir com essa perda e dor. Uma vez li um livro intitulado “Perda em vida, uma fenomenologia da morte”, li este livro numa das piores épocas da minha vida, e este me ajudou muito a entender o quanto o entendimento/consciência e de que visão escolhemos ter das situações podem determinar caminhos em nossas vidas. O ser humano precisa de certos rituais para obter compreensão das coisas em vida, assim, as perdas em vida, por falta de compreensão, podem ser mais prejudiciais que a perda por morte da pior maneira possível.

Nunca fui muito de escrever textos longos sobre assuntos que me influenciam diariamente ou que me fazem refletir. Devo estar ficando velho mesmo (rs)! Sinto estar numa fase de transição e talvez por isso, esteja sentindo mais e consequentemente conversando mais comigo mesmo, em uma espécie de auto-conhecimento.

Não tenho todas as respostas, mas me faz muito bem, sentir-me vivendo sobre um céu de baunilha como numa tela de Monet.

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